Queria poder entender, entender o universo que contempla meu céu todos os dias, entender a faísca que dança sobre o chão de asfalto quente da rua mais movimentada do meu coração. Queria ter a chance de entender o sofrimento dos malignos sofredores que gritam por socorro a todo instante, entender a face de uma criança, a doçura do sono profundo de um recém-nascido, as várias rugas da metamorfose dos velhos que gritam pela sua morte de paz e solidão. Entender os relances da vida, entender os clandestinos, os ladrões de coração, de alma, de fôlego... A profecia que ruge em todas as veias, o destino que se manifesta nas horas de uma vida longa ou curta. Até entender, o amor, o ódio, a casa em que se habita a inveja, para qual lado dos ligamentos inversos do corpo? Para qual lado a felicidade insiste em caminhar silenciosamente para que só os humildes de alma conseguem ouvir seu fôlego ofegante bater nos corações mais quentes, para qual lado está a solidão, queria saber e entender, para que não haja oportunidades dos meus pés sentir prazer e cair em tentação nesse mundo, nessa vida, nesse tempo, nessa passagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário