terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Entendimento

Queria poder entender, entender o universo que contempla meu céu todos os dias, entender a faísca que dança sobre o chão de asfalto quente da rua mais movimentada do meu coração. Queria ter a chance de entender o sofrimento dos malignos sofredores que gritam por socorro a todo instante, entender a face de uma criança, a doçura do sono profundo de um recém-nascido, as várias rugas da metamorfose dos velhos que gritam pela sua morte de paz e solidão. Entender os relances da vida, entender os clandestinos, os ladrões de coração, de alma, de fôlego...  A profecia que ruge em todas as veias, o destino que se manifesta nas horas de uma vida longa ou curta. Até entender, o amor, o ódio, a casa em que se habita a inveja, para qual lado dos ligamentos inversos do corpo? Para qual lado a felicidade insiste em caminhar silenciosamente para que só os humildes de alma conseguem ouvir seu fôlego ofegante bater nos corações mais quentes, para qual lado está a solidão, queria saber e entender, para que não haja oportunidades dos meus pés sentir prazer e cair em tentação nesse mundo, nessa vida, nesse tempo, nessa passagem

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O fim.

A cada partida nasci outro embrião, a cada derrota, a esperança renasce para alguém perdido nesse mundo que ninguém de nós sabemos por onde termina. Cada morte, uma alma é arrebentada pelo seu fio de ouro conduzindo subitamente para um lugar, seja lá qual for, mas aposto que é melhor que esse que vivemos. Cada riso, uma mão é levantada contra o indefeso que cai sem forças no chão de derrotas que nos cercam por toda milha... Cada dia, cada minuto, cada segundo... Cada volta do relógio, fim de tudo está cada vez mais perto. Cada virada de ano, é um bloco a menos que nos deixam longe de um fim que ninguém saberá como será. O incrível é que, pelos erros, pelos pecados, pela misericórdia, pelo desespero de chorar, pelo desejo de querer festejar, pelo força de uma união entre pai e filho, pela raiva que corre por toda veia de um pecador, existe a força de algo bom transformar a ruína de conhecimento em humildade, o remorso em esperança, transformar o fim em um começo, sem que precisamos nos preocupar pelo fim desse mundo, sem fé.

Tanto tempo...

Por quanto tempo me esbaldava, querendo um percurso sem fim de linhas diretas voltadas pra você, por quanto tempo me prendi em voltas retilíneas desesperando meu coração pra não se abrir frente a fantasias que poderiam não ser a sua...
Por quanto tempo eu esperava pra me perder, e talvez pra me largar e descansar no seu chão folheados de compreensão, quanto tempo eu arregaçava meus dedos de olhos fechados procurando incansavelmente seus olhos pretos feito de cristais puros e únicos, foi deles que meu coração abriu pra seus braços morrer de amor e paixão.
Por quanto tempo eu te esperava, receando não poder te encontrar de braços abertos pra mim.

( . )

Já havia um pensamento borrando o espaço de meu cérebro, enquanto outro vinha com uma explosão infernal, querendo ser possuído por mim... Sempre me rendo, jamais me invoco, mais o possuo, e faço dele certas linhas sem fim, escritas por tintas a mão, quente meu pensamento estava... Diante disso tudo, o vôo do esquecimento sem fim de minha raça, e da minha natureza cegava meus olhos, pra brindar mais um lance de amor que ofuscou meu coração perdidamente no seu caminho.
Nada daquilo me amedrontava, nada daquilo me fez parar, quando o brinde do amor verdadeiro se pôs firme frente a mim. Pude me ajoelhar, e não vi os segundos sendo perdido do meu relógio, eu só via a minha vida irradiada, irradiada pelo seu sorriso que pronunciava uma vida de eterno amor.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Já bem que me bastaria só alguns segundos com ela, para que meu eterno fosse... tão bom.

Confesso, menina que sou de nada sem você, que nada me pertence sem que seja seu também, confesso que me debruço no chão para agradecer o sorte de você estar aqui, do meu lado. Já bem que me esquecia de como a solidão me vagava por séculos... Enfim, eu te amo com toda força do meu coração.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Não espero mais nada...

Enquanto os segundos chegam perto do final do meu dia, eu insisto em não fracassar.
Enquanto eu perco meus dias criando casos, semeando esperanças, o fim de um começo pressiona sobre mim, causando um certo desequilíbrio, não me importo.
Viver é tão contraditório a tudo que queremos, apenas penso eu não querer nada, esperando alguém me guiar, por que definitivamente... eu perdi.
E cada dia que passa, concluo que, o coração nasce e deve morrer só por nós mesmo.
Talvez a solidão seja amor maior de todas as coisas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Erros

Não sei por onde começar, talvez não exista um começo, só momentos que transbordam um começo para que possamos ser um pouco mais do que somos. Nada mais. Vivo tranquilamente, porém, com um fio de dor... Tão bom senti dor, faz parte da minha natureza. Nunca minha boca fala o que sinto, também, para quem ela vai confiar? Tão bom não confiar. Os meus dias sempre nunca são saudáveis, acredite. Enquanto o mundo briga por não confiar, eu caminho com os meus próprios pés... Levando alguns erros como uma cerimônia, pelo fato do meu coração ser forte que qualquer coisa.

domingo, 31 de outubro de 2010

Apaixonados

Ouvi um dia uns pássaros no telhado de casa, cantando fervorosamente um para o outro... Debrucei-me na parede que se alinhava junto com o vidro meio rachado da janela, pousei meus olhos nos olhos deles, que não parava de correr entre seus lados, a ponto de vê até mesmo a minhoca que se desenterrava na terra seca perante o sol. O céu estava com um tom azul, não com muita força, apenas azul morto, acompanhado de nuvens densas e pesadas junto com uma lisa faixa cinzenta que separava uma nuvem da outra. Os belos animais ainda estavam lá, com sua pelagem avermelhada desenhava o tamanho de suas penas, formando o contorno reto para seu topete feito pelo vento que logo começava a devorá-los. O outro apaixonado reinava tons de verdes, com suas penas lisas revestida de gotículas de água, que havia despido na neblina do céu. Eu já me contentava com aquele romance, meus olhos brilhavam contorcidamente, pelo fato da chuva escorrer feito lagrimas no vidro de minha janela. Eram tão inocentes, loucos um pelo outro e nem se quer sentiram o frio da chuva, e a força do vento balançando seus corpos quentes de amor. Dupliquei a força da minha visão, para saborear e permanecer rival aquele momento de adoração e amor.
O raio veio ao nosso encontro, a luz branca nos dividiu, alias, me dividiu entre os pássaros, ardendo meus olhos, fazendo com que a perfeição fosse embora, com aquele risco que atravessou o céu, levando mais um casal de amantes e apaixonados para o mais alto céu de amor.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Começo e fim

Hoje acordei com um certo animo de escrever, por mais que as palavras insistem em descrever e andar sobre meus lábios em direção ao mundo a fora, não era isso que eu tanto queria. As descobertas dos meus sonhos sempre foram avanços só pelo fato deu nunca sonhar. As pessoas costumam dizer que eu sou anti social, não me importo, muitas dela aprenderam comigo, adoro perder o ritmo dos dias, sumir durante uma hora e ver como o momento transbordaria sem mim... De fato seria normal, mas um pouco com tumulto, às vezes escrevo tanto que as palavras cansam de sair de seus ninhos e correr fervorosamente pra fora de mim. E sabe o que a vida me enterte? O nascimento misterioso que cada um merece, a morte informal e injusta que cada um leva consigo, para dentro de suas carnes inchadas transbordando liquido por todos os graus de seu corpo, retendo água, perdendo movimentos que antes, era tão sem valor... E diante dessa imagem, o mundo de um jeito para, pois alguém morre, e ao mesmo tempo outras nascem, abençoadas por sorrisos e glorias, enquanto o morto só ganha toques de dó, saudade e lembrança, perdendo suas vitorias, perdendo quem é ele mesmo, e sepultado em um buraco, esquecido por alguns segundos... Sendo comido por bichos, devorado por fungos, virando um pó, que nem o vento quer mais soprar na imensidão do mundo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Noites sedentas, lugares proibidos, já fez parte de mim.

Rumores, e sons da misericórdia tocavam meus punhos enquanto eu me deitava em qualquer lugar... Eu nem me importava, eu sabia que outro dia, outras vidas, outros desejos e vontades estariam por chegar.
Havia sons tão diferentes, eu já nem sabia em qual eu prendia dentro de mim, tanto faz, estava lá por conseqüências e é claro, desejos! Tudo o que eu queria era sair de um precipício de tormentos e sem gloria, não me importava nada. Estava feliz naquela noite, o álcool tomou conta disso... Os caminhos daquele lugar me afogavam para dentro dele, enquanto meus dentes apareciam com freqüência, eu estava bêbada. Não me importo!
Depois a despi, alias, acho que havia mais de uma, sei lá!
As dores deste mundo são atordoantes, os males, os caus, são feitos de uma paisagem ilusória... Até que enfim, alguém se renda e vivi por ela por anos, com manifestações de solidão para sempre.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os finais da festa são sempre irritáveis
Nem sempre o sorriso de realização
É estampado na boca dos convidados
Nem sempre os convidados pela vida morrem felizes...
E isso, pode até ser algo injusto

Pena daqueles que se rasteja
Nas planícies dos rios sonolentos
Tais são os felizes que arriscam
A perna ao enfrentar a maré
(...)
Pelo menos eles têm o que contar...

A beleza da exotérica vida é possuída
Pelos guerreiros mais ousados e indisciplinados
O que eles menos têm são sentidos e limites

A cada vinda, é um sentido
Um sentimento que nasci ali
E morre por ali mesmo
A vida é assim...
Fortes são aqueles que não troca trinta e dois dente
Por trinta e duas lagrimas.

Concepção

Cada um dispunha de suas preguiças, de suas tolices
Para depois serem rendidos pelos avassaladores fracassos
Creio que ser mortal requer muita burrice
Só pelo fato de não ser eterno.
Já me basta para criar confissões de que somos banais.

Ou talvez a parte inferior de um ser humano
É essa, ser esquecido e afogado
Pelas misérias idéias vindas de revoltas passadas.
Que seja é só um pressuposto.

Cada um guerrilha como manda sua guerra
Nenhum guerreiro enfrenta a armadura mais pesada de aço
Ou então fica de frente a uma bala que possa ser sua ou não
Se, ele mesmo não decidir
Alias sua burrice de ser o herói de sua historia.

A questão é que, a imaginação humana
Adotado de sonhos e regida por concepção de razões
Contrapõem-nos diante de momentos impossíveis
E assim pensamos ser meros heróis...
Talvez sejam, mas não heróis que possam nos fazer pensar:
- A minha missão acabou por aqui.

Pensando assim, o ser humano me faz cuspir alto
E debater ou até perde o tempo
Os cilindros do tempo, para pensar que somos algo
Para nossa inocente e bravo razão de sonhar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Boneca

Poderia desconcerta- la faze- La ser artificial para meus olhos, tomar sua corda vocal, despi- La com qualquer ponta de faca afiada e, moldurar com o fascínio de meus olhos. Poderia tornar imóvel, sem ossos, apenas com a força das minhas mãos... É eu podia te- La como minha boneca. Cuidaria sempre de seus cabelos pretos, revestidos de laços que poderia pensar em por, nada de maravilhoso, alguém poderia tira- La de mim. E não pode haver essa hipótese, a magia da minha vida, era aquela boneca... Com tanta vida num pedaço de madeira. Havia tantos sonhos naqueles olhos congelados, era como se ela realmente teria vida, sonhos, desejos e dores. Ela fazia meus dias inocentes serem desejados profundamente.
- você seria a minha vida se existisse, princesa.
Cada frase que compunha meus lábios traçava o caminho invisível até aquela criatura. Ela não dizia nada. Mas olhava, não mexia seus olhos, não me importava, tão lindo seus olhos negros.
A criança havia crescido, tomado direções, formado decisões. A princesa, havia adormecido num sono interminável, esperando só sua madeira virar pó, já que sua alma não cabia a um pedaço de madeira. Cada dádiva que a mortal se concebia, era sem cor, sem sabor. Não havia beijos entrelaçadores, muito menos olhares eternos e apaixonantes, como havia entre ela e o pedaço de maneira, que já havido fechado seus olhos em poeira. Apenas o que restava, era sonhar rumo ao passado, descobrindo os momentos que havia tido com os olhos intactos do brinquedo. Enquanto isso, corria desejos humanos naquele ser que não era mais criança, para ela não importava, o amor não existia. Era só brincadeira de criança, como sempre foi.
Andava desalinhada, sem rumo, sem temores. Até então, o rio de paixão cruzar com o dela, e havia a magia como tinha existido entre a boneca... A grande criação era sim real. A boneca tinha se despido, se transformado, para junto com ela viver, sem limites e tempo sem fim.
 - “Não havia boneca, eu só te desenhava até nos meus brinquedos”
Até que enfim o silencio foi menor, na musica impecável de um beijo.
E que o universo me aprece...
Pois seu eclipse me faz seguir
Pra um espaço mais bonito e sereno

Que minha alma seja do tamanho da sua
Acho que talvez...
A sua é tão linda, para a minha ser da mesma forma
Mas isso não me importa...

Que os serenos dos meus olhos
Saibam prosseguir e traduzir
A linguagem rara que meu amor tem
Eu achava que nem isso ele tinha
 (..)

Que seja profundo meu calor infinito
Que meus lábios saibam dançar com os seus
Que minha fome de desejo
Seje o bastante pra te saciar

Porque o que importa é você
É só disso que eu vivo e nada mais...
Que meu semblante seje parecido com o seu
Talvez... Mas eles trazem
Pelo menos o cheiro de rosas
Que tanto espero te dar um dia.

Minha conspiração de sonhos
Seja entrelaçadas com a sua
Assim pode haver realidade entre elas...



Mas se não houver nada disso
Nenhuma conspiração
Nenhum universo...
Acho que meu amor pode ser tudo isso
Com o seu...

Porque o que importa é você
É só disso que eu vivo.

( ... )

Admito que seriam lindos os meus sonhos, mas eu queria tanto que fosse só contigo...
Acho que estou um pouco sem escolha, sem escolhas de como irei fazer o certo. Mesmo sabendo que é o errado que eu quero...

Que seje...

Que seja lindo o semblante dos imaginários
Ou das crianças inocentes...
Que bom seria eu, uma delas mais uma vez
Tomaria algum antídoto para que não me alargasse.

A calmaria do fim da paz
Já me anuncio,
E já se faz anos
Mas lembro, da minha alma ainda protegida
Pela inocência que vivia dentro de mim

Que seje...
A minha alma só crê que é mortal
Para tantas dores da vida
Ela é mortal, dentro de nós.

O fim dos beijos é tão distante para mim, o fim da beleza única, ainda não soube me alcançar... Algo me diz que ela é imortal.


Apenas nos sentamos uma do lado da outra, seus olhos me irradiava pureza e algo que não sei... De onde vinha, mas era indescritível e sublime. A cor de sua pele espelhava os ângulos que cada linha morria, dando a começo dos diâmetros cautelosos que seu corpo carregava. Não sei bem se era um anjo ou só tecidos de sonhos, não sei bem, se era miragem da minha imaginação a procura da mulher perfeita. Talvez não seja, eu a beijava apaixonadamente...
Nunca saberei os retalhos de seus cabelos, nem mesmo a consistência de que aquilo foi feito. Pois bem, ela se irradiava frente a mim, e só o que eu fazia era olhar, sabendo que o espelho dos meus olhos seria a porta de entrada para que a emoção e a adrenalina que aquela mulher fazia comigo corresse em todas as minhas veias, se misturando com o sangue que se debatia com o meu coração serenos de amor por ela. Era algo sub irreal, o rumo que seus dedos fazia ao tocar a superfície da minha pele me fazia crer que o caminho da felicidade era sim verdadeiro; O cilindro que sua voz me invadia era um tanto quanto especial e único, alias, era lábios de tecidos de sonhos! Meus ouvidos viravam escravos de cada letra que ela pronunciava, era como magia... O amor vivia em mim... vivia nela. Ela me rendia tão rápido, tão fácil... Meus nervos festejavam pelo calor que sua alma havia. Os movimentos de seus lábios me afetavam, me fazia erguer... Mas a imensidão de seu sorriso me calava, fazendo só com que meus olhos tivesse movimentação de algo, só para esculpir milimetricamente a força que seus dentes tinha em mim.
Chega de dizer, a mulher é minha. E é no meu coração que ela vai ficar.

Imperatriz

A mulher ainda adormecia feito um liso frágil cristal desenhando no semblante de qualquer cara que a visse, deitada lá no seu território de sonhos intermináveis e tranquilo. Admito que sua pele desenhava a futura índia passada, era a tamanha o espaço que tinha dos seus descentes ricos em cores e etnias. Cortava a beleza que qualquer objeto teria perto da criatura sonhadora que tanto me hipnotizou, a calmaria que seu circuito de respiração nascia dentro do seu pulmão tão parecido ao rio sonolento das nascentes infinitas. Era como se paz interior fosse poder, contra os demais que estavam ali a sua volta, inclusive a mim, diria que ela seria algum anjo, ou então uma estátua revestida de vidas... Talvez seria mesmo, se seus olhos não tremessem em alguns momentos de sono profundo de princesa. Ela estaria acordando, quem sabe!
Não me importo, o que me atordoava era o quão aquela mulher havia se despido precocemente para o mundo... Não havia pecados no seu leito, muito menos imperfeição carregados pela sua rígida cor. Nada a abstraia, nem a faria ser menos do que mostrava ser, mesmo sonolenta e perdida nos seus sonhos de princesa. Havia sequer corpo de algo mais que um anjo, seu cheiro vinha com o vento e chegava com facilidade perto da minha intuição que cobria minha pele, o cheiro apelava para que meus neurónios trabalhassem para que, de alguma forma, formasse algum objeto parecido com aquele cheiro empegrinoso. Não pude deixar de observar lentamente o perímetro das ondulações que os fios de seus cabelos faziam por baixo de sua mão que estava apoiada a aquele suave rosto de imperatriz.