quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Delírio

... Havia escuridão por todos os lados do sótão, não havia medo no ar, muito menos felicidades transbordando risadas por ai. Era um sonho avaliado em retratos memorizados por uma célula tão minuscula quanto as digitais que cobre cada corpo dos pés a cabeça.
Não havia tanta cor assim, era como se não mantivesse mais as cores mais brilhantes invejadas por olhos curiosos. Não havia traços separando um comodo com o outro, não havia realmente uma vida ali, eram tecidos de sonhos, novamente. Eu não enchergava nada além daquilo que meu coração queria ver e ser tocado novamente com rebeldia porém com toda intensidade do mundo que o amor nos faz sentir. É um único amor, eu digo. Enquanto não haver alguém que me possa acreditar em outra idéia sensata essa é a frase que conduz minha vida, disfarçadamente, não te convêm saber disso.
Foi bom vê-la, com os cabelos longos e pretos feito o infinito céu quando se despede do dia.
Foi bom encontra-la sorrindo de orelha a orelha como sempre faz, até nos meus sonhos você está. Seu cheiro é o mesmo, sua boca lisa, que eu sempre direi, sentirei falta.
O que importa é que sonhei com você e ali, a cor mais brilhante era a cor de seus dentes refletindo tal felicidade, eu ria contigo. Talvez a saudade me bateu, mas, ao mesmo tempo não se pode ter saudade, pois não a deixamos chegar. Mas eu senti uma saudade imensa, de tudo que vivemos até aqui, até onde foi. Até onde pode ainda vir á acontecer, como é hoje, como foi ontem e uns tempos atrás. É covardia da minha parte, caso você ler tudo que escrevo, sei que vai rir e sei que acharia interessante a minha dificuldade de escrever quando você está longe, ao mesmo tempo, aqui. No meu quarto, na minha vida, vinte e quatro horas por dia. De alguma forma.
Eu amo você e sei que amor é um só. Ainda torno a dizer, é você. Com seus cabelos pretos e longos, com seu sorriso branco e delirante, com toda essa especie de mulher que você está sendo hoje. Sei que cuidaria de mim, como faz a cada dia que dormimos e acordamos juntas, é incrível a sensação da saudade infernal que você me faz ter, mesmo estando aqui e dentro de mim.
Você é meu delírio e por toda minha vida eu vou ama-la, disfarçadamente, abertamente, com toda intensidade que você, conheceu e virá a conhecer, amor é um só. E você, é o meu.

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O ceu se encontra escuro, um borro amarelo luzia a esperança debaixo de um labirinto sem saida. Cada muro era engolido constantemente pelas folhas mortas cegando o fim daquele desespero. O ar nao penetrava nos poros, o individuo não havia mais vida. As gotas refrescava a poeira dormecida no peito quebradiço das folhas, jorrando barro na raiz envelhecida das arvores. Aos olhos do ceu, havia um infinito de entradas, algumas no começo desse jogo outras nas laterais onde a luz fraca nao se esforçava em trazer vida. Aquele chão que carregava o começo sem fim vivia abafado sem som e vestimenta, havia rachos por toda parte penetrando o cansaço da imortalidade mesmo morto a seculos. O individuo alto sem muito musculos desenhado na pele suas costelas e ferimentos do caminho incansavel, estava sujo e sem vida como aquele lugar, eram dois em um. Nao havia movimento de cerimonia por ter uma vida no meio de morte, a luz nao insistia no ser, perambulando sem rumo, seus pes tocavam friamente a poeira morta nas margens dos rachos, seus pes nao tinha mais cor natural, havia sangue pelo caminho onde ja havia tocado, marcando seu caminho sem fim a procura da felicidade.
O vento cantava desesperadamente no seus ouvidos, caindo bruscamente nas folhas secas mantendo suas costelas com infermidade porem inteiras, seus olhos nao havia vida, nada mais o cegava sem ser o sonho perdido e nunca mais esquecido. Suas roupas suadas marcavam os rasgos fundos em sua pele trazendo dor e comodidade pela perda. O medo e a solidão o abraçava trazendo frio pelo seu corpo todo a sensação de desamparo e arrependimento lhe cobria feito criança, seu coração batia apenas por bater, sem emoção por cada passo vitorioso no meio do terror que ja vivia dentro de si. Era impossivel sair sem seu sonho, estava tudo perdido naquela noite. Era falta, falta dela que o fez reviver o mar infinito de felicidade que nao degustava em sua boca ha tanto tempo, tudo era fim dentro de si proprio, nao encontrava a luz e nenhuma entrada chegava a ela. Então o individuo deitou se deixou abraçar pelos galhos espinhosos roubando seu pouco calor que mantia sua esperança acesa e por fim descansou meio aos destroços que seu coração se encontrava. Nada havia vida nem mesmo seu coração que morreu procurando por aquele sorriso vivo até no seu ultimo suspiro.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

2012-13

Vamos dizer oi para a nova érea de 2013, nossa, achei realmente que 2012 havia mais de 365 dias, não havia mais suspiro dentro de mim, nem o pulsar dos meus pulmões contra qualquer tipo de alteração no clima. Estava exausta, exausta de tanta insistência de algo que hoje, não há mais sentido. Nem de um caminho nem de outro, se é que me entende. Como eu amadureci durante esses dias que parecia soar como milênios. Foi um grande espetáculo, confesso que houve mais duvidas e fracassos do que certezas e vitorias. Eu amei como uma louca tudo que me fazia bem, descobri corpos remendados pelo tempo outros tão novos quanto o ventre de qualquer mulher. Foi indescritível todas as sensações que puder tocar e sentir. Foram pessoas diferentes e de todas elas, aquela como sempre amei com todas as minhas forças passadas e futuras. Acredite, mulher é um cão domado pelo maior sentimento concebido pelo um ser humano. Foi maravilhoso meus fracassos, foi maravilhoso ler textos que me fez desabar e chorar feito criança, sentindo o desespero de nunca mais voltar tocar meu coração e ofuscando sangue por todos os lados da parede.
Fui dominada e não as dominei. Alias, dominei, talvez até demais, elas resistiram, Ela me resistiu e soube viver sem, primeiro do que eu. Fumei como uma desesperada a procura da sensação de paz e lá estava me alcançando no maior precipício que me jogara. Cai tanto quanto todas que me resistiu. Meu 2012 foi revolucionário, eu cresci e hoje, sei ver um horizonte que poucos vêem, eu vejo com dor e frieza, racionalidade, esse é o nome que posso dar aos adultos de hoje. Confesso que não sei me ver como gente grande, aquelas pessoas que faz o errado sabendo que é o errado, normalmente eu parava de errar quando alguma criatura paciente me fizesse enxergar o além do que apenas via. Minha alma ainda continua intacta, após anos de magoas e depois desse ano passado cheio de fracassos e decepções, principalmente comigo mesma, descobri que não existe apenas eu e meu coração partido eternamente, já que não sei esquecer, então será partido pra sempre. Hoje, meu valor pro próximo é bem maior, hoje sei sorrir sem aquela pra me motivar. É como se eu soubesse andar com minhas próprias pernas, como é incrível essa sensação, e, principalmente como é incrível que elas me resistiram e estão vivas melhor do que nunca, felizes. Me desapeguei, estou me desapegando e isso me torna mais feliz. Meu passado me atormenta com menas vezes. 2013 já começou bem, tenho pessoas boas de alma e coração do meu lado, tenho um amor que resistirá a mim e a vida inteira, caso Deus quiser, é, ele resistirá. Sou feliz. Hoje sei que não vim a toa, aquelas coisas que sentia de domingo, lembra? Todas aquelas sensações de outro mundo desconhecido estão se abrindo e sei, que não sou comum, isso me deixa forte, a sensação melhor do que amar é ajudar. Que seja assim, até Deus quiser. Quantos a elas, rezo infinitamente e desesperadamente, afinal, elas fizeram parte de mim, de alguma forma.