domingo, 31 de outubro de 2010

Apaixonados

Ouvi um dia uns pássaros no telhado de casa, cantando fervorosamente um para o outro... Debrucei-me na parede que se alinhava junto com o vidro meio rachado da janela, pousei meus olhos nos olhos deles, que não parava de correr entre seus lados, a ponto de vê até mesmo a minhoca que se desenterrava na terra seca perante o sol. O céu estava com um tom azul, não com muita força, apenas azul morto, acompanhado de nuvens densas e pesadas junto com uma lisa faixa cinzenta que separava uma nuvem da outra. Os belos animais ainda estavam lá, com sua pelagem avermelhada desenhava o tamanho de suas penas, formando o contorno reto para seu topete feito pelo vento que logo começava a devorá-los. O outro apaixonado reinava tons de verdes, com suas penas lisas revestida de gotículas de água, que havia despido na neblina do céu. Eu já me contentava com aquele romance, meus olhos brilhavam contorcidamente, pelo fato da chuva escorrer feito lagrimas no vidro de minha janela. Eram tão inocentes, loucos um pelo outro e nem se quer sentiram o frio da chuva, e a força do vento balançando seus corpos quentes de amor. Dupliquei a força da minha visão, para saborear e permanecer rival aquele momento de adoração e amor.
O raio veio ao nosso encontro, a luz branca nos dividiu, alias, me dividiu entre os pássaros, ardendo meus olhos, fazendo com que a perfeição fosse embora, com aquele risco que atravessou o céu, levando mais um casal de amantes e apaixonados para o mais alto céu de amor.

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