segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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Creio que esse ano, já se esgotou de mim a vontade de lavar a cara com minha própria água, essa água quente que brota no meu peito quando ele diminui de tamanho e se restringi em uma situação.
Já derreti muito suor pelo corpo, cada fila levando consigo esse estrago de desespero, até cada fila se juntar se transformando em uma gota, capaz de ter sua própria vida fora da minha pele quente de emoções dilacerada. Criando vida no meio do ar se esborrachando no chão rachado que meus pés tocam sempre que caio criando forças para levantar, não sei de onde. Foi o ano da gloria, da angustia. Foi o ano que soltei o certo e me entreguei num salto sem volta, sem saber quantos metros estaria eu da felicidade, eu fui. Eu precisava, era a hora de viver o duvidoso. Foram derrotas, foi sorrisos de tantos lugares de tantas raças. A brutalidade das situações, a transformação de um quarto para o outro foi de milésimos.
Acredite, eu pelo menos acredito. O começo de mais um ano, está se arrastando em direção a minha porta, entregando a mim mais uma caixa de surpresas, levando até mim, a opção de vencer ou de perder. Depende de mim.
O amor é a situação mais complicada do meu ano, talvez do meu contexto até pra minha vida, deixa! Eu não ligo, ele vem quando quiser, há amor de varias formas, o que importa, é você amar. Qualquer coisa, se não houver o ser... Eu desenho, colo na parede onde avistarei a primeira luz, digo bom dia. Conto meus segredos. Depois disso, se o mesmo amor me tocar, porque ainda há amor nesse finalzinho de ano, eu prendo esse ser na minha alma, tatuo no meu coração. Espero eu, que me faça andar de mãos dadas até quando a vida cansar, parar de bater, me transformando em pó, reluzindo no ar meu cheiro para aqueles que deixei para trás.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Enfiei minha cabeça novamente pra dentro do meu coração, e perguntei:
- Acredita ou aposta?
- Acreditar eu não acredito não, apostar é pouca coisa. Mas já que vai acontecer, porque não insistir? Prometo me guardar bem. A frieza do toque já me embalou.
(...)
Depois disso, o arrepio frenético tomou conta de mim.  

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Espera sem volta

Estou ouvindo um barulho que fazia tanto tempo que não ouvia. Além de ouvir gota por gota se despedaçar na ladeira de casa, escuto bem baixinho o ar da minha calmaria. Foram meses de angustia, dias de apreensão, medo... Foram dias que não desejo nem pra inimigo desconhecidos que tenho por ai. Chorei mais do que tempestade na sua exata estação. Aprendi a rezar sozinha, rasguei meus joelhos por esperar.
Escuridão, solidão, rugidos sem dono, desespero sem nome, dores sem limites. Aparentei ter uns trinta anos a mais, não pela falta de rir, nem a falta de me arrumar, mas a falta de reconhecer seu espaço, seu coração, suas cores e sabores prediletos. Sentia a sensação que cada dia de espera, uma parte de mim se envelhecia feito uma carta sem valor guardada no mais fundo baú. Havia dias que o desespero e o medo me arrastavam pelas pernas, me levando ou num sono sem volta ou numa insônia sem fim.
Eu queria mesmo era que os dias só passassem independente se meu eu, estava perdido por ai... Aquela época eu não me importava com a beleza que o cara lá de cima me concedeu, nada era mais importante que uma espera sem volta.
Um copo a mais de café pela manha. Nem ele era forte o bastante para controlar minha vontade de sonhar. Era só o que tinha nas mãos... Meu cabelo, já não conhecia o sol, meu corpo não conhecia a batida que vibrava meu quadril, minhas mãos eram poucas para qualquer movimento. Eu já não enxergava mais, além do calendário, claro. A carência era brutal, a força de um carinho ameaçava a se desenhar na minha face, mas nada disso era mais importante que uma volta. Eu fui tão sínica e falta com as pessoas que raramente convivi durante esse tempo, que para elas concerteza, eu vivia bem, comia bem, ria e olhava para pernas maravilhosas que rodopiava quase sempre enfrente aos meus olhos e, como sempre, o que eu queria era sentir uma espera... Ainda bem que antes dessa coisa toda, eu encontrei a Melhor amiga, conheci a melhor Família, a melhor Mãe, o melhor Pai! A melhor Irma, o melhor Irmão, os melhores Sobrinhos. Até conheci um Amor verdadeiro. Ainda bem que tive um grupo de Amigos loucos, felizes e verdadeiros!  Enquanto eu vivia nessa espera, nessa angustia que realmente não precisava ter vivido, cada um deles, me puxava de volta à luz. Hoje eu nasci de novo, agradeço por ter esperado tanto por algo que nunca voltará, não pra mim. Conheci uma dor extraordinariamente forte, mas depois disso, depois desse engano todo, estou vivendo para mim. Vou limpar cada sujeira que minha alma ainda tem.
É minha vez de crescer, viver o que perdi e amadurecer a cada vez que essa lembrança me perseguir, achando que é dona de mim. Deixe que venha. Com tudo isso até aprendi que o desprezo é uma forma de crescer. Aprendi principalmente, que qualquer amor em vez de aumentado a qualquer situação de perigo, ele é diminuído como se tudo fosse... Um nada!
É minha vez agora! E venha o que vier da minha alma e do meu coração, eu não troco por mais nenhuma espera.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Doce começo

Vem aqui, caminhe mais um pouco, escute o soar da minha voz mesmo estando metros longe... Não precisa correr, temos a escuridão como refúgio e as estrelas pra nos guiar, nesse mato que estamos. Não precisa dizer quase nada, deixe que seus lábios ao tocar os meus digam por nós. Era o que queríamos não é? Era o que qualquer dádiva pura queria ver, essa energia se misturar. Antes, eu tentei sugar seu cheiro pra mim, transformá-lo no meu ar, fazê-lo ser a química mais dependente pro meu corpo. Dez metros era o que havia entre mim e você. As arvores dançavam como se fosse um espetáculo do milênio, o vento rangia nas folhas, forte, como se nossa vontade atingisse até a ponta do galho mais sensível. Mais cinco metros, eu já te ouvia como se fosse música pros meus ouvidos, como se fosse liberdade pros meus atos. Dobrei cada partícula do meu cadarço afim de esconde-lo do chão cinza que estendia o meu corpo e o dela, olhei mais uma vez pro céu, a lua serena, branca feita um corpo de noiva, assistia lá do alto cada milésimo de segundo a aproximação de duas almas. Levantei meu corpo pro alto, olhei pra frente, senti o pulsar do sangue correr alem do normal, o vento se responsabilizava pro calor não tomar conta de mim, e por fim, a ponta dos meus dedos tocou algum lugar de você. Travei cada piscada que meus olhos dariam se ali fosse qualquer tipo de ocasião, se fosse qualquer tipo de alma. A vontade de por pra fora foi maior, revivi cada centímetro... O vento acalmou, reuniu as folhas numa posição exata de perfeição natural. O tempo concerteza congelou seus ponteiros e com isso, tudo se fez parar, só pra ouvir o roçar das cordas vocais que vibrava naquele pescoço com cheiro de mel. E todo ser da noite, toda forma de existência de qualquer habitat se fez calar ao ouvir se pronunciar a voz, esculpida pelo fino tecido avermelhado que protegia seus lábios de qualquer dor. Era bom sentir que as horas estavam ao nosso lado. Como tudo em você me fazia falta. Foi noite de especulações, uma dose e outra, uma forma de ouvir responder escutar, numa forma de perfeição. Vinha-me a sensação que qualquer palavra, risos movimento olhares já foram um só, como se tudo fosse uma obra de tintas sem rumo de traços. Como se essa obra nunca foi separada, como dois rios que se deslocava na mesma proporção de centímetros, profundidade e beleza rara. A fome, ansiedade, adrenalina. Além de tudo, tudo foi muito mais além... Cada som que seu peito pronunciava era uma surpresa, cada delírio era um segredo, preso e afogado num precipício proibido. Mas ali, tudo estava ao nosso alcance, até a dor de arriscar a ser mais que uma noite era dita pelo seu olhar. Eu descobri seus passos, sua forma de se comportar, eu descobri seu gosto, seu cheiro mais intenso que guardava dentro de si. Afetei sua alma em cada contorno de arrepios que se alinhava no seu corpo como se fosse o último suspiro insaciável. Te carreguei no meu peito, depois que o tempo se fez permitir a trazer o tempo a nossa realidade. Ela adormeceu feito desenho que os olhos não medem a embriagues diante de uma peça infinita e imortal. E então, ela descansou, acalmou seu coração, a adrenalina se manifestava quieta ao correr sonolenta por dentro daquele corpo, que não havia movimento, não havia dor... Eu adormeci, achando que o fim de um sonho estava por vir quando meus olhos abrir, mas não. Ela vive aqui, mas acima de tudo, eu vivo por ela.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Turbilhão

Ousadia, segundos, escuridão, loucura...
Cada passo meu conduzido naquela pista afogada em seres que ali, já não era mais seres normais. Não me importo. Olhares, verdades, conseqüência e por fim o desejo. Ali, bem ali, relei no corpo que revesti sua pele lhe puxei sem me preocupar com a multidão de avassaladores que se espremiam um contra o outro, a procura da melhor sensação de cada segundo sugado pela batida. Não me contive, era fome de sugar, sentir, viver... Era força demais pra duas que se compunha em uma. Segredos, intimidade, verdade alheia de vontades. Quando me olhei, dentro dos seus olhos já era tarde, cada verso que desenhava no meu punho roçando minhas mãos a escrever ou senão a te cantar nos ouvidos... Eu já não era um ser normal, eu já não era uma pessoa comum. Adrenalina, batimentos a fim de estourar qualquer tipo de tempo em qualquer cronometro. Mas eu te queria tão bem mais, queria ouvir cada som do seu extinto, da sua perda de memória. Juízo morto, o ego já não era mais forte contra nós. Sim, era turbilhão de sentimento, turbilhão de pecados... Era a cura minha daquele final de noite e minha paz pro começo do meu dia. Nada mais nos rompera depois daquela destruição de encaixo, é, aquilo tudo já não era normal até que algo nos fizesse acordar... A dor da saudade.