quinta-feira, 22 de março de 2012

(...)

Diga, diga apenas onde estará, pode ser daqui um dia três semanas, dois anos, um milênio.
Apenas diga onde seu perfume se encontra no meio dessa pertubação que corta meu ar... Por favor apenas me mostre onde estará seu sorriso, seu andar numa calçada deserta.
Não precisa saber que estarei ali, te vigiando, tirando cada pedra do seus pés.
Eu só quero estar onde meu amor estiver.
Enquanto isso, vou acender um cigarro, escolher a melhor taça pra tomar whisky de manha, esconder meu olhar do mundo atrás de um óculos, botar minha camisa social, aquela que você viu antes, botar aquela calça largada, solta contra meu quadril, esconder meu nervosismo dentro do meu bolso e seguir... Onde você for, onde você quiser ir eu vou, sem ao menos você pedir e esitar! Só não me peça pra correr contra sua maré, contra seu mar e seu fenômeno natural que tem diante de mim. Só não me peça pra esquecer o mundo vivo que me fez sentir, o olhar descontrolado em momento que não se devia olhar. A vontade gananciosa em esperar uma gargalhada. Isso é demais pra mim, amor.
Hoje não sei mais se voltará, é algo incerto como o destino sem seu próprio lugar no mundo. Hoje não sei mais se a felicidade vira ao meu encontro. Eu ainda assim vou conseguir respirar, vai doer tao forte dentro do meu peito, como se cada vez que eu imaginar algo te tocar e meu corpo simplesmente não ser o bastante pra lutar, eu vou respirar, sufocante está sendo. A dor vem de encontro comigo de uma forma que não sei dizer...
Hoje não sei mais onde você está, você se perdeu de mim, se perdeu daquilo que era responsabilidade sua cuidar, eu não sei cuidar dele. Eu não sei cuidar de mim. Queria gritar pro mundo, volta logo, não me faz viver essa dor infernal que bate contra meu peito sem dó nenhuma, não deixe isso acontecer, não comigo, não com o meu coração. Mas ai, vem a razão, cortando como se fosse raiz e terra, você de mim. Você me pertence, mas não pertence onde vivo, tudo bem, vivo como você quiser, diz meu coração.
Não, ela precisa voar, se controle e seja paciente ela voltará, insiste minha razão. Mas eu te digo, meu peito rugi de uma tal forma, numa força que nenhuma outra razão seguraria. Minha liberdade voltou, vazia.
E se assim continuar, se essa dor não parar de esburacar meu peito, eu irei... Eu irei embora sem ter a opção de dizer, eu voltei. A partir disso, meu único proposito é dormir em um descanso sem volta eternamente...

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