Perdi alguns segundos debruçada no ar admirando espécie desconhecida pelo homem, falando, premeditando, rindo, calculando , nada muito comum aos olhos nu.
Eu perdi alguns milésimos da minha juventude desenhando uma dádiva em cada canto da minha memória. Era começo de uma madrugada calorenta, iluminada por uma escuridão infinita guardando para si cada gota de estrelas que brilhava constantemente bem longe de tudo que significava pecado. Tudo era muito comum sem muita beleza nem cor, vivia ali qualquer tipo de espécie que não valia mais a pena parar um tempo sem volta pra ouvir e ver. Mas ali, frente a tudo que estava em mim, ela balançava cada partícula do seu corpo para sair do fundo de sua alma cada sentido que a havia trazido ali, perto de mim. Enquanto ela dizia, cada raiz que seus sentimentos haviam tido logo depois de ter exposto sua alma para um ser comum, ela estendia seu coração de uma forma que pude enxergar visivelmente cada ponto de paz que ela trazia consigo. Nem uma estrela fazia meus olhos se perder dela. Ela dizia, eu ouvia e apaixonava numa velocidade assustadora, cada letra dita por lábios de sonhos, fazia com que tudo se misturava e expandia de uma tal forma em mim que nada mais me importava, nada mais me prendia a um mundo pobre de luz.
Depois disso, eu pensava que ela não poderia me mostrar nada, pensava que era seu Maximo, sua ultima cartada de surpresa, mas não, me enganei de novo. É como se tudo de bom que vivia em outra dimensão morava dentro dela, era como se cada palavra renovava as coisas boas, trazendo junto uma vontade de ama-la desesperadamente sem lembrar que existe fim. Eu apenas enxergava, era por ela que esse transtorno de felicidade ocupava meu peito. Era por ela, que cada fim de madrugada o sol batia na minha janela, não com uma luz comum, mas a dela, a luz dela que me fazia acordar de um sonho real, agora sim culpa dela que meus olhos abriam sem medo de ser feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário