Me descarregue meu povo magnifico, tira de mim aquilo que não se faz do bem. Traz pra mim minha preta velha, a sabedoria da experiencia em senzalas e seu duro couro espancado por homens brancos. Dê vida a minhas mãos Orixas, organize as palavras certas e perfume o coração do proximo com palavras pronunciadas por vocês e sentidas pela minha senbilidade natural. Meu exu, aquele repugnado e julgado por olhos sem mágia, por almas perdidas por não ter a doçura e a plenitude de Deus com eles. Perdoe-nos, perdoe por tanta ignorancia e burrice, tenha misericordia por cada um deles, que são seres sem amor no coração e sem amparo na alma. Minha pomba gira, dance nos meus sonhos e traga pra mim a doçura de uma mulher a sedução dos seus olhos e a proteção de uma mulher respeitada e desejada, tão descriminada por elas mesmo, as mulheres pobres de mulher. Conduza elas para um caminho melhor, mesmo aquela que insiste em dizer que tu, minha rainha é serva do mal, mostre a cada uma delas em sonhos a intuição e a beleza divina que carregas em seu leito. Mostre principalmente para aquelas que insiste em me lembrar, sentir e principalmente a falta que arde em cada punho que carrega. Mostre a elas, a bondade de uma moça a esperança de amores sólidos e sem traição.
Meu caboclo, aquele que eu mais sinto, é sua vibração no meu corpo, incorporado em mim, a força que não me cabe e não é meu, meu caboclo, traga no meio de florestas a paz pra humanidade, traga meio ao seus pulos a força que cada um precisa pra seguir nesse inferno sem escolha. Grite alto o seu poder, afaste o mal de mim com o seu soco no chão, rompendo qualquer energia ruim do meu caminho.
Meu baiano, aquele que faz minha voz raspar na garganta, tire de mim e leve pra bem longe os olhares de inveja e odio, proteja-me de tudo que não lhe pertence.
Meu erê, o ser mais puro, leve de mim a sujeira dessa vida, a dor infinita de crianças sem pais, tire de cada criança a falta de brincar e ver a vida com mágia. Meu cigano, o homem que corre pelo mundo, traga pra mim a sensibilidade de um homem, a paciencia de dançar e ser cavalheiro com o que é meu.
Meu marinheiro, me leve pras aguas mais profundas a ganancia, me descarregue e traga a paz na minha alma, seja misericordioso por aqueles que ousam navegar em suas águas. Dê a eles a conhecimento do mar infinito e lhe tiram o ruim que o vento pode trazer.
Minhas sete linhas, são elas, que intercediam por mim por esses anos a fora. São elas que me chamavam naqueles inumeros domingo que você só podia me abraçar forte e dizer, vai passar. Já era minha hora, minha hora de conhecer o porque eu vim pra essa vida sem amor. Te apresento os seres que eu via, ouvia e sentia no meu corpo. São seres incriveis, santos que me trouxeram a paz e o amor incontrolavel pra mim. Te apresento os seres que nunca desistiram da minha luz e que hoje, trabalham por mim e pela minha paz por todos os dias. Não são demonios como você pensa, eles fazem parte de mim.
Não devo me esquecer daqueles que ajoelharam sobre minha cabeça e me fizeram de sua filha, Oxum e Xango, meus pais que me cuidam e me protege, você os conhece tão bem quanto eu, você reza pra eles, pedindo amor e misiricordia. Nossa Senhora de Aparecida e Santo Antonio, mulher do amor e o homem da justiça. Eu os amo como amo aquela que me deu seu ventre como abrigo. Amo com toda minha alma.
Oxala, aquele o seu Deus e o meu Deus, o perfeito e soberano, o maior dos maiores o misericordioso que me deu o dom de conhecer suas falagens, que me deu o dom de conhecer o outro mundo que é muito e assustador pra você.
O meu semblante não é mais o mesmo, o meu semblante é dominado por eles e que seje assim por toda a vida, pois a paz que sinto é indescritivel.
Que assim seja, Amém!
domingo, 28 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
"Pra falar de amor tem que ter em mente toda a beleza do mundo, palavras de grande significado e impacto. É preciso ter a alma de uma manada inteira de elefantes que carrega a sabedoria do universo em seus lombos gigantes. Tem que olhar de cima pra não perder de vista o horizonte, ser pássaro, ser luz, ser cada gota de chuva que despenca do céu, ser oceano, infinito, ser silêncio e o grito de liberdade que se faz ecoar desdobrado e repetido na cordilheira do Himalaia. Pra falar de amor é preciso sentir nas palmas das mãos o frio profundo das paredes nas Ruínas de Petra da ensolarada Jordânia, amores vividos e acumulados, encrustados em anos de história. Entender que apesar dos obstáculos é o único sentimento capaz de superar o mal. Nele estão contidos as maiores forças do planeta, a esperança, a solidariedade e a felicidade e apesar da sua complexidade, o amor existe nos detalhes, nos pequenos gestos, nos olhares diretos. Ele tem a força das águas das quedas das Cataratas do Iguaçu, se precipita, despenca e se planifica em um delicioso banho de vapor. Emaranhar-se em suas nuvens de água nos faz pensar como o amor pode ser solúvel, maleável e informatável, visto que não se pega, não se come, pelo ou menos no sentido literal, mas se sente em todos os sentidos do mundo. E pedra por pedra o amor é construído e tal qual as Muralhas da China é forte, protege, acalenta e destitui a sombra de qualquer dúvida bandida. A vontade de correr sobre ele de ponta a ponta feito equilibrista durante seu doce e singelo número solista. Ele é a sensação de ser livre, a vontade de voar e plainar sobre as cabeças da humanidade inóspita, depressiva e sem graça. Larga isso de mão e vem falar de amor comigo? E não vamos nos esquecer da paz. Te mando uma passagem de avião e ao sobrevoar o Rio olhe bem para o Cristo Redentor, com seus braços abertos, tão impoluto e soberano. Vamos falar de amor ao som de rock in roll? Essa vida já é sofrida demais para nos deixarmos sucumbir pela dor, me desculpe, eu preciso de resgate, eu preciso de amor."
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Tenho medo desse momento, medo daquela sensação que rancou de mim soluços de desespero. Tenho medo do que pode vir, das palavras mal ditas, tocadas de forma errada e sentida com uma consequencia que não precisaria ter sentido. Tenho medo de você e todos aqui postos, respirando o meu ar que o meu, medo de dizer, falar e pronunciar meus ideais e todo sentimento que me envolve, até os bons.
"- Você parece uma criança perdida nesse mundo..."
Foram palavras ditas sobre mim, palavras que hoje receio em ouvir, pois a verdade doi e é uma verdade que nem você e nem ninguém tirará de mim, ela me pertence hoje e amanhã e, até meu ultimo suspiro me alcançar.
E ai, eu sei que todos eles, aqueles sete que sempre por toda a minha vida estiveram comigo, eles são silenciosos, não gritam e não torna minha vida pior. São misericordiosos como Deus, são neles que me agarrei quando você e todos rancaram de mim dor que eu não precisava ter sentido. Eu repugno o homem e todo erro é criado por uma falta de gratidão e amor... ainda sinto dor.
"- Você parece uma criança perdida nesse mundo..."
Foram palavras ditas sobre mim, palavras que hoje receio em ouvir, pois a verdade doi e é uma verdade que nem você e nem ninguém tirará de mim, ela me pertence hoje e amanhã e, até meu ultimo suspiro me alcançar.
E ai, eu sei que todos eles, aqueles sete que sempre por toda a minha vida estiveram comigo, eles são silenciosos, não gritam e não torna minha vida pior. São misericordiosos como Deus, são neles que me agarrei quando você e todos rancaram de mim dor que eu não precisava ter sentido. Eu repugno o homem e todo erro é criado por uma falta de gratidão e amor... ainda sinto dor.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
... Respirei fundo, dessa vez a coisa era
séria. Meus vinte anos pedia mais responsabilidade e competência comigo mesma,
ou então eu me mesma não aceitei pouco e de pouco a imensa Capital de São Paulo
não tem. Embarquei sozinha, era como se o mundo chamado família e proteção
tivesse desgrudado de mim, foi confuso no começo, queria te contar e vou. Era
uma hora da manha subi as escadas do ônibus e me posicionei na cadeira vinte e
nove, do lado da janela onde meus pensamentos se soltaram em cada quilometro e
paisagem que avistava. Ainda durmo muito e sem muita novidade o sono me levou
sem perceber que faltava uma hora e meia pra chegar na tão famosa e barulhenta
São Paulo.
Desci do ônibus com desconfiança, as cores não era muito chamativa a maioria delas é escura como cinza e preto. Subi várias e várias escadas rolantes, descobri o que é pisar em metrô, aquilo que vinte e quatro horas é vivo sem descanso nenhum. Quanta pessoa havia ali, uma batendo com a outra, correndo como se não houvesse mais o amanhã, confesso que assustei até quando me disseram que aquilo não era nada perto do tão conhecido "horário de pico". Sai da grande cidade subterrânea e andei nas ruas de São Paulo, já era seis e meia. Olhei para o céu a procura do sol, pois ventava chato em volta de mim, não o encontrei e nesse exato momento conclui o quanto aquela cidade em cima e embaixo era tão suja quanto. Não havia nunca imaginado que, aquela bola de fogo tão grande e tão irradiada fosse tão pequena perto daquele céu sujo e poluído pelo progresso de uma cidade.
Na Capital habita-se pessoas desconfiadas, com olhar sério e sem brilho, entrei no ônibus, quanta diferença havia nele e então eu pensei que aquilo não era nada comparado ao que esperava pra mim. Respirei fundo e troquei palavras com o cara que hoje sei, ele não é apenas um homem comum na vida de minha família, passei pela grandiosa praça da Sé, eu arrepiei pois sempre tive a sensação de ter nascido décadas atrás e essa praça tão antiga e misteriosa por ruas que nela contorna, ruas longas com poucas luzes para ilumina-la. De frente a essa velha praça, meus olhos subiram pro infinito alto de São Paulo, Teatro Municipal da Capital, encheu meus olhos de beleza, como era bonito e grandioso aquele lugar, cada detalhe que o compunha faz dele único como aquele lugar.
O ônibus corre rápido, vi de relance grandes avenidas muito conhecida por mim e por você, paredes pichadas dão cor para aquela cidade que, de alguma forma é morta por não ter o verde natural, olhei com rapidez quando o cara disse com a mesma voz de sempre:
- Ali é o Hospital das Clinicas o maior hospital da América Latina.
(...) Foi assim que o respondi, sem palavras e sem nenhuma reação. Aquela cidade não é uma cidade, é um planeta que só é visto assim, por crianças.
O ônibus correu na sua exclusiva faixa por mais algum tempo que não soube identificar, por apreciar e encher minha curiosidade. Já era sete e quarenta, foi quando eu percebi, quanta gente havia num espaço comprido. Descemos, meus pés tocaram no chão da Univerdade da USP de São Paulo, pena que meu pescoço não vai além, era dois quarteirões de estrutura. De frente pra ela, dividido por uma rua ou avenida se localizava o Mundo Drogasil, mais pra frente é a divisa de Osasco, sim eu estava longe do centro de São Paulo.
O Mundo que meu destino me trouxe, sei que os sete meus me aplaudiram ajoelhados, eles viajaram comigo, sei que é assustador pra você e algo sem lógica e entendimento mas, foram eles que viajaram e me colocaram naquela empresa tão infinita. Meus olhos por um segundo e todo meu corpo queria cravar meus pés naquela terra. Eu era desconhecida por ali e só mais uma nos milhões de habitantes e loucos por aquele lugar. Entrei e ai sim, a partir daquele momento era eu, todos haviam feito sua parte, minha família, meus sete e o cara que não é só um cara, faltava a minha a mais importante. Entrei sem medo de errar, sei que haviam muitos me dando a mão e segurando meu corpo, era meu primeiro passo e tive uma grande sensação que havia muito pra andar.
O primeiro lugar que conheci foi o refeitório, sei que você vai concordar comigo mais Ribeirão Preto não tem nem terra pra ter aquela imensidão de mundos e mundos em cima do outro. Por fim vi os raios de sol anunciando um novo dia, um dia não comum, não pra mim. A facilidade de conhecer gente naquele momento falhou, por quinze minutos. Tive aulas e mais aulas e, sem nenhuma pressa conheci a estrutura daquela empresa, devo imaginar que é do tamanho da USP de Ribeirão Preto. Quanto aprendizado, quantos sotaques meus ouvidos sentiram. Um mundo de diversidade, pessoas da Bahia, Minas, Maranhão, Paulistas, Cariocas.
Vivi nesse mundo por dois e maravilhosos dias, confesso que não via a hora de voltar, sentir o cheiro de ar puro, ver o sol acordar as seis, descobri e me permitir novamente escutar o silêncio, extinto por ali. Quatro horas do dia 16-07, fiz o mesmo caminho, porém de dia, o que me facilitou em ver o tão conhecido 'horário de pico", pico de pessoas, carros, falta de tempo. Quanta beleza havia naquele lugar tão escuro e sem vida a noite. Quanta gente lutando por um dia melhor, arrepiei por várias e várias vezes.
Eu me tornei livre agora, me tornei dona de mim. Ainda vou ganhar pouco, um pouco que vai me levar a viajar entre quatro e quatro meses, um pouco que vai me fazer crescer e quem sabe um dia, aquela Capital se torna pequena pra mim, como Ribeirão Preto hoje se tornou.
Desci do ônibus com desconfiança, as cores não era muito chamativa a maioria delas é escura como cinza e preto. Subi várias e várias escadas rolantes, descobri o que é pisar em metrô, aquilo que vinte e quatro horas é vivo sem descanso nenhum. Quanta pessoa havia ali, uma batendo com a outra, correndo como se não houvesse mais o amanhã, confesso que assustei até quando me disseram que aquilo não era nada perto do tão conhecido "horário de pico". Sai da grande cidade subterrânea e andei nas ruas de São Paulo, já era seis e meia. Olhei para o céu a procura do sol, pois ventava chato em volta de mim, não o encontrei e nesse exato momento conclui o quanto aquela cidade em cima e embaixo era tão suja quanto. Não havia nunca imaginado que, aquela bola de fogo tão grande e tão irradiada fosse tão pequena perto daquele céu sujo e poluído pelo progresso de uma cidade.
Na Capital habita-se pessoas desconfiadas, com olhar sério e sem brilho, entrei no ônibus, quanta diferença havia nele e então eu pensei que aquilo não era nada comparado ao que esperava pra mim. Respirei fundo e troquei palavras com o cara que hoje sei, ele não é apenas um homem comum na vida de minha família, passei pela grandiosa praça da Sé, eu arrepiei pois sempre tive a sensação de ter nascido décadas atrás e essa praça tão antiga e misteriosa por ruas que nela contorna, ruas longas com poucas luzes para ilumina-la. De frente a essa velha praça, meus olhos subiram pro infinito alto de São Paulo, Teatro Municipal da Capital, encheu meus olhos de beleza, como era bonito e grandioso aquele lugar, cada detalhe que o compunha faz dele único como aquele lugar.
O ônibus corre rápido, vi de relance grandes avenidas muito conhecida por mim e por você, paredes pichadas dão cor para aquela cidade que, de alguma forma é morta por não ter o verde natural, olhei com rapidez quando o cara disse com a mesma voz de sempre:
- Ali é o Hospital das Clinicas o maior hospital da América Latina.
(...) Foi assim que o respondi, sem palavras e sem nenhuma reação. Aquela cidade não é uma cidade, é um planeta que só é visto assim, por crianças.
O ônibus correu na sua exclusiva faixa por mais algum tempo que não soube identificar, por apreciar e encher minha curiosidade. Já era sete e quarenta, foi quando eu percebi, quanta gente havia num espaço comprido. Descemos, meus pés tocaram no chão da Univerdade da USP de São Paulo, pena que meu pescoço não vai além, era dois quarteirões de estrutura. De frente pra ela, dividido por uma rua ou avenida se localizava o Mundo Drogasil, mais pra frente é a divisa de Osasco, sim eu estava longe do centro de São Paulo.
O Mundo que meu destino me trouxe, sei que os sete meus me aplaudiram ajoelhados, eles viajaram comigo, sei que é assustador pra você e algo sem lógica e entendimento mas, foram eles que viajaram e me colocaram naquela empresa tão infinita. Meus olhos por um segundo e todo meu corpo queria cravar meus pés naquela terra. Eu era desconhecida por ali e só mais uma nos milhões de habitantes e loucos por aquele lugar. Entrei e ai sim, a partir daquele momento era eu, todos haviam feito sua parte, minha família, meus sete e o cara que não é só um cara, faltava a minha a mais importante. Entrei sem medo de errar, sei que haviam muitos me dando a mão e segurando meu corpo, era meu primeiro passo e tive uma grande sensação que havia muito pra andar.
O primeiro lugar que conheci foi o refeitório, sei que você vai concordar comigo mais Ribeirão Preto não tem nem terra pra ter aquela imensidão de mundos e mundos em cima do outro. Por fim vi os raios de sol anunciando um novo dia, um dia não comum, não pra mim. A facilidade de conhecer gente naquele momento falhou, por quinze minutos. Tive aulas e mais aulas e, sem nenhuma pressa conheci a estrutura daquela empresa, devo imaginar que é do tamanho da USP de Ribeirão Preto. Quanto aprendizado, quantos sotaques meus ouvidos sentiram. Um mundo de diversidade, pessoas da Bahia, Minas, Maranhão, Paulistas, Cariocas.
Vivi nesse mundo por dois e maravilhosos dias, confesso que não via a hora de voltar, sentir o cheiro de ar puro, ver o sol acordar as seis, descobri e me permitir novamente escutar o silêncio, extinto por ali. Quatro horas do dia 16-07, fiz o mesmo caminho, porém de dia, o que me facilitou em ver o tão conhecido 'horário de pico", pico de pessoas, carros, falta de tempo. Quanta beleza havia naquele lugar tão escuro e sem vida a noite. Quanta gente lutando por um dia melhor, arrepiei por várias e várias vezes.
Eu me tornei livre agora, me tornei dona de mim. Ainda vou ganhar pouco, um pouco que vai me levar a viajar entre quatro e quatro meses, um pouco que vai me fazer crescer e quem sabe um dia, aquela Capital se torna pequena pra mim, como Ribeirão Preto hoje se tornou.
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