quinta-feira, 25 de julho de 2013
"Pra falar de amor tem que ter em mente toda a beleza do mundo, palavras de grande significado e impacto. É preciso ter a alma de uma manada inteira de elefantes que carrega a sabedoria do universo em seus lombos gigantes. Tem que olhar de cima pra não perder de vista o horizonte, ser pássaro, ser luz, ser cada gota de chuva que despenca do céu, ser oceano, infinito, ser silêncio e o grito de liberdade que se faz ecoar desdobrado e repetido na cordilheira do Himalaia. Pra falar de amor é preciso sentir nas palmas das mãos o frio profundo das paredes nas Ruínas de Petra da ensolarada Jordânia, amores vividos e acumulados, encrustados em anos de história. Entender que apesar dos obstáculos é o único sentimento capaz de superar o mal. Nele estão contidos as maiores forças do planeta, a esperança, a solidariedade e a felicidade e apesar da sua complexidade, o amor existe nos detalhes, nos pequenos gestos, nos olhares diretos. Ele tem a força das águas das quedas das Cataratas do Iguaçu, se precipita, despenca e se planifica em um delicioso banho de vapor. Emaranhar-se em suas nuvens de água nos faz pensar como o amor pode ser solúvel, maleável e informatável, visto que não se pega, não se come, pelo ou menos no sentido literal, mas se sente em todos os sentidos do mundo. E pedra por pedra o amor é construído e tal qual as Muralhas da China é forte, protege, acalenta e destitui a sombra de qualquer dúvida bandida. A vontade de correr sobre ele de ponta a ponta feito equilibrista durante seu doce e singelo número solista. Ele é a sensação de ser livre, a vontade de voar e plainar sobre as cabeças da humanidade inóspita, depressiva e sem graça. Larga isso de mão e vem falar de amor comigo? E não vamos nos esquecer da paz. Te mando uma passagem de avião e ao sobrevoar o Rio olhe bem para o Cristo Redentor, com seus braços abertos, tão impoluto e soberano. Vamos falar de amor ao som de rock in roll? Essa vida já é sofrida demais para nos deixarmos sucumbir pela dor, me desculpe, eu preciso de resgate, eu preciso de amor."
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